quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Rachou!

O Corinthians move paixões. E, essa passionalidade faz com que as crises e fases de sucesso sejam vividas com uma intensidade que nenhum outro clube consegue entender.

Nos meus 34 anos de Corinthians vivi situações desesperadoras. Só de lembrar como foi cair para a segunda divisão em 2007 os olhos ficam mareados. Sim, esse é o maior trauma de nossa história, mas também foi nossa maior alavanca para o topo do mundo em 2012.

Organizada de um lado, torcedor comum do outro
No entanto, nas últimas semanas, parece que aquele torcedor que tinha aprendido a lidar com as adversidades desapareceu. Em seu lugar voltaram a renascer aqueles tomados pelo ódio e pela violência, que são responsáveis por afastar cada vez mais o público comum dos estádios.

Sim, as coisas estão ruins. A gestão de Mário Gobbi é patética, beirando ao caos. Contratações erradas, supervalorização de atletas sem qualidade, traição ao trabalho de Tite etc. etc. etc.

Isso, com certeza, faz o sangue do torcedor ferver. É inacreditável ver o time que ganhou dois títulos no primeiro semestre de 2013 simplesmente ruir! São muitos os culpados, mas o clima do racha na diretoria está influenciando no vestiário. Só não vê quem não quer!

E tem mais: desde a chegada de Alexandre Pato o grupo rachou. Em parte por ciúmes, em parte com razão. Afinal, a completa falta de interesse do jogador mais caro do clube com a equipe é de dar nos nervos. E isso reflete nos atletas que estão há anos no Corinthians.

Não bastassem esses dois rachas – preocupantes – agora quem rachou também foi a torcida. Ontem, no Pacaembu, isso ficou evidente quando a Gaviões da Fiel resolveu protestar sentando-se e acompanhando o jogo em silêncio.

Protesto pacífico e até interessante, não fosse o fato que os membros da entidade passaram a agredir os torcedores comuns que, ao contrário deles, queria assistir ao jogo em pé e incentivando o time. A polícia interveio, teve pancadaria e alguns presos. Justo. Eles foram ao estádio prontos para a briga.

Do outro lado, foi emocionante ver que o torcedor comum não concorda com as ideias das organizadas em agir com violência. Ao incentivar o time num momento tão difícil, mostraram quem ama de verdade o Corinthians.

Os rachas são tantos que resolvê-los será complicado e difícil. Do jeito que está, acho que Mário Gobbi não termina o mandato de presidente e Mano Menezes logo mais vai abandonar o barco, pois ambos não aguentarão a pressão.

Ruim para o Corinthians. Afinal, foi a união em torno do time em 2007 e 2008 que o fez ressurgir das cinzas e voltar a um lugar de destaque. Se a torcida, que sempre foi Fiel nos momentos mais difíceis está rachada, é bom se preparar para outras páginas tristes em nossa história. Afinal, a força do Timão vem da arquibancada. E se ela, ao contrário do que diz a música, o abandonar, não restará mais nada. Sorte dos rivais!



P.S. É indescritível o sentimento de repulsa ao trabalho de Mário Gobbi após a troca de Pato por Jadson. Ambos, jogadores que não representam bem no futebol. Mas, pior que reforçar o rival é ainda pagar uma parte dos salários do Pato. Ou é muita burrice, ou muita ingenuidade. Pelo amor....

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