quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A nova (velha) família Scolari

Ser técnico da Seleção Brasileira de futebol, disparadamente, é bem mais trabalho que assumir a presidência do País, não tenho dúvidas.

Você pode fazer o melhor trabalho do mundo, mas sempre haverá alguém (ou milhares) questionando seu trabalho, suas escolhas e os caminhos rumo às conquistas.

Felipão tenta reedita time experiente, mas com caras novas

O fato é que nós, brasileiros, ficamos mal acostumados. Por décadas lideramos o ranking da Fifa de melhor seleção do mundo, participados das 19 edições, ganhamos cinco vezes o mundial e sempre lançamos ao mundo da bola craques inquestionáveis.

No entanto, desde 2002 nosso futebol não foi mais o mesmo. Tivemos uma entressafra de jogadores, tivemos maus resultados no cenário mundial do futebol e ficamos para trás, apresentando um futebol sistemático, feio e chato. Em contrapartida, a Espanha que durante muito tempo não era uma potência no mundo da bola, assumiu o papel do Brasil, encantando com um jogo de muitos toques e posse de bola, como jogadores de qualidade.

Depois da decepcionante Copa de 2010, Dunga foi demitido e todos apostavam na renovação da Seleçao, ainda mais com o surgimento de atletas como Neymar, Ganso, Pato etc.  Aí convocaram Mano Menezes para ser o salvador da pátria e não deu certo.

Mano não conseguiu dar uma cara ao time e as constantes experimentações não deram em nada. Aí, às vésperas da Copa da Confederações, que será disputada no Brasil, chamam Felipão e Parreira para tentar consertar as coisas.

E, como era esperado, Felipão em sua primeira convocação resolveu misturar jogadores experientes com novatos, buscando visivelmente reeditar a tal ‘família Scolari’ de 2002, última equipe a ter algum respeito futebolístico nos últimos dez anos.

Acho que Felipão está certo ao mesclar experiências. Faltava à seleção de Mano atletas que pudessem dividir a responsabilidade com Neymar. Entretanto, discordo das escolhas dele. Não sei se, atualmente, o goleiro Júlio César tem futebol para assumir o gol da seleção, já que fez péssimas campanhas nas últimas temporadas. Ronaldinho Gaúcho fez um ótimo Brasileirão em 2012, mas nunca teve o mesmo nível de atuação na seleção, isso desde 2002. Só não questiono Luís Fabiano e Fred. Embora sejam atletas com altos índices de contusões, entrando e saindo constantemente do departamento médico, têm números que os garantem um lugar na seleção.

Dos outros convocados, somente Neymar e Paulinho são incontestáveis. Os outros, ao longo dos últimos anos, foram conquistando espaço e, se não bobearem, estarão na equipe que disputa a Copa em casa.

Não dá para criticar o trabalho de Felipão antes mesmo de ele começar, mas ressalvas podem ser feitas. No entanto, vai ser em campo que ele – o técnico que ajudou a levar o Palmeiras à série B – provará se a reedição da nova (velha) família Scolari é a melhor opção. Veremos...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Porque amamos (odiar) Rogério Ceni



Pode assumir! Você, não torcedor do São Paulo, um dia sequer na sua vida já sentiu raiva do Rogério Ceni. Isso é um fato!

Além de não ser nem um pouco carismático, o goleiro do time do Morumbi sempre fez questão de estragar a festa de muitos de nós. Simples assim.

Ceni é incontestável no gol

Mas sabe qual o maior problema disso tudo? É que o danado do arqueiro tricolor é um baita de um goleiro e, por muitos anos, impediu nossos sonhos de taças e campeonatos. Não é à toa que amamos odiar Rogério Ceni.

Está certo que muitos títulos de sua carreira vieram quando ele ainda era sombra de outro grande arqueiro, o Zetti, que também insistiu em ser bom o suficiente para evitar que qualquer outra equipe ganhasse algo importante no início da década de 1990.

O fato, amigos, é que, no fundo, todos nós morremos de dor de cotovelo por Ceni não jogar em nossos times. Claro que tivemos bons goleiros: Marcos, Dida, Fábio Costa (na boa fase), Ronaldo, Cássio, Rafael, Diego Cavalieri, entre tantos outros. No entanto, o que nos irrita é que além de ser bom com as mãos, o danado também é bom com os pés!

Tinha que ser goleiro artilheiro? Ah, demais da conta né?! E para piorar, ser fiel ao clube por tantos anos, declarando amor à camisa que veste sem demagogia como tantos outros?

É por esses e outros motivos que amamos odiar Rogério Ceni que, aos 40 anos, ainda é inquestionável em campo.  Ele pode não ser simpático, mas é aquele jogador de futebol dos sonhos de qualquer um.

Parabéns ao quarentão Rogério Ceni!


P.S. Esta blogueira nunca morreu de amores por Ceni, mas sempre o respeitou enquanto jogador. Tive certeza de que minha opinião sobre ele fora dos campos foi constatada quando minha prima, são-paulina doente e fã número 1 do goleiro, foi ao CT do São Paulo conhece-la e foi totalmente ignorada por ele. Como ela mesmo me disse “ele era metido como você dizia”!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Memória apagada

O boxe já foi uma paixão mundial. Hoje, quem domina o cenário das lutas é o MMA e, nas Olimpíadas, o judô – que também só é lembrado de quatro em quatro anos.


Durante o fim da década de 1980 e início dos anos 1990, o pugilista brasileiro José Adilson Rodrigues dos Santos, ou Maguila, foi o grande nome nacional nos ringues.

Maguila foi grande do boxe nacional nos anos 1990

Talvez, a empolgação em relação a ele estivesse bem mais ligada aos interesses econômicos do narrador Luciano do Valle que, através de sua empresa – Luqui, enaltecia as qualidades do pugilista, sem apontar sua fragilidade técnica em alguns momentos.

No entanto, o que não podemos negar é que, por muito tempo, Maguila foi o representante brasileiro nos ringues. E, apesar de todas as críticas ao seu estilo de luta, ele tem um cartel vitorioso (85 lutas, 77 vitórias, 7 derrotas e 61 nocautes) e predominou o ranking do boxe sul-americano, sem contar que sempre esteve bem colocado na listagem mundial.

Além disso, se fosse tão frágil, jamais teria conseguido lutar contra nomes de peso como Evander Holyfield e Geroge Foreman. Claro que ele não venceu, mas os pugilistas americanos não aceitariam uma luta inválida àquela altura de suas carreiras.

Durante minha adolescência passei muitas madrugadas esperando Maguila lutar, como faço hoje ao aguardar os combates de Anderson Silva, Cigano, José Aldo e outros. Aprendi a amar a luta por sua plástica e beleza e, mais que tudo, a respeitar os caras ali no ringue.

Agora, Maguila luta contra o Alzheimer. Entristece ver que o atleta contestado hoje sofra com uma doença que, pouco a pouco, vai apagar sua memória, levando consigo o que de mais valioso alguém pode ter: sua alma.

Não sei se a Confederação Brasileira de Boxe está prestando o auxílio necessário a Maguila, embora tenha certeza de que isso deveria ocorrer por tudo o que ele fez pelo esporte em seu auge.

Mas, o que realmente incomoda é saber que Maguila só aparecerá nos noticiários em razão de seu drama. Aos poucos, tal qual suas lembranças, sua memória no esporte será apagada, como se ele tivesse sido apenas mais um. E vamos nos esquecer não só do atleta, mas também do homem.

Ver Maguila se apagar assim é triste. Mais triste mesmo é saber que aquele cara no jornal de hoje um dia foi manchete. Agora é apenas uma nota de rodapé.


Assista  luta histórica entre Maguila e Andre Van Den Oetelaa:




P.S. A blogueira também foi (é) fã de Acelino Popó Freitas, só pra constar!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A nova trapaça


Ontem (17/1), o ex-ciclista Lance Armstrong iniciou sua longa e controversa luta para voltar a atuar profissionalmente como atleta. Em entrevista à principal comunicadora dos EUA, Oprah Winfrey, ele admitiu o uso de substâncias proibidas para se tornar campeão.

Depois do velocista canadense Ben Johnson*, Armstrong é o maior escândalo de doping no esporte de alto rendimento e mostra o quanto a competitividade e o desejo por títulos podem tirar atletas do caminho.

Calculadamente, Armstrong confessou doping na TV

Como falamos em post anterior, o grande erro da mídia – e até das instituições máximas do esporte – foi nunca ter apostado no simples fato de que Lance Armstrong é um humano sujeito a erros e acertos. O endeusamento de sua imagem contribuiu, e muito, para que insistisse no uso de métodos antiéticos para vencer.

A admissão da culpa do atleta não muda em nada o estrago causado ao esporte. Entretanto, ao se mostrar humano diante das câmeras pode ajudar Lance a voltar a ser ídolo. Afinal, desceu do pedestal e se tornou tão falível quanto seus fãs (e ex-fãs).

Uma frase do ex-ciclista me chamou a atenção:  "Eu não via isso como uma trapaça". Ora, não dá para aceitar que alguém que atuou no nível técnico e de redimento de Armstrong não tivesse a inocência de achar que o doping seria ético.

Acho que ele tem o direito de se defender publicamente e, quem sabe, reconquistar o direito de competir. Entretanto, não pode voltar a enganar o público. Sim, ele sabia que era errado e mesmo assim o fez. E não pode vender simplesmente a imagem do arrependido que não vai cometer os mesmos erros. Alguém acreditaria?

A Nike, uma de suas principais patrocinadora, logo após a entrevista se pronunciou reafirmando ter cancelado o contrato com o ciclista assim que foram reveladas as fraudes dele no esporte.

Isso mostra que, além de se prejudicar e manchar a imagem do esporte, Armstrong também violou a confiança de seus patrocinadores. E isso tem um preço (e bem caro).

O meu temor, enquanto jornalista, é que Lance esteja trapaceando novamente com seu discurso de arrependido. Como disse no Twitter meu colega e ex-professor Alexandre Praetzel, da Rádio Bandeirantes, “o próximo LANCE do Armstrong é escrever um livro sobre toda farsa que ele montou.Vai vender feito água”.

Com a repercussão que a entrevista à Oprah teve, não duvido. Basta saber se você, leitor, vai cair na nova trapaça.


* Para os mais novos, vale lembrar que o velocista canadense Ben Johnson brilhou na década de 1980 fazendo sombra ao norte-americano Carl Lewis. Bateu quatro vezes o recorde mundial dos 100 m, mas caiu em desgraça nos Jogos de Seul, em 1988, quando o teste de doping apontou o uso de anabolizantes. Além de perder o ouro, ficou suspenso por alguns anos. O atleta retornou às pistas em 1991, mas dois anos depois foi pego novamente no exame de doping.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nas mãos da máfia


Na última quarta-feira (16/1), a Fifa revelou que cerca de 50 campeonatos nacionais de futebol estão na mira de grupos criminosos que ganham dinheiro manipulando resultados.
De acordo com Ralf Mutschke, diretor de segurança da Fifa, o nível de vulnerabilidade depende do grau de corrupção no país. Se for assim, o Brasil estará em breve no topo da lista!

Melhor campeonato do mundo pode ter jogos manipulados

Para o diretor da Fifa, a manipulação de resultados no futebol é tão interessante financeiramente que, em alguns países, o crime já supera o tráfico de drogas. Segundo Mutschke, o baixo risco e os altos lucros têm inspirado os criminosos.

Revista demorou um ano
para apurar as denúncias
O anúncio da Fifa veio um dia depois de um dirigente  da Liga de Futebol Profissional (LFP) da Espanha, Javier Tebas, denunciar que o principal campeonato nacional do mundo, de acordo com o ranking da Federação Internacional de História e Estatística de Futebol (IFFHS), teve resultados manipulados. Para o cartola, o campeonato espanhol pode enfrentar o mesmo escândalo que, por algumas vezes, manchou o torneio italiano.

Entre 2011 e 2012, o calcio enfrentou novas denúncias sobre manipulação de jogos. Stefano Mauri, da Lazio, foi preso e clubes como o Napoli perderam pontos devido ao envolvimento com a máfia do jogo.  Na década de 1980, um escândalo maior sobre manipulação afastou dos gramados por dois anos o atacante Paolo Rossi, que voltaria a campo na Copa da Espanha e eliminaria o Brasil marcando três gols na semifinal do torneio.

O Brasil também não ficou livre disso. Em 1982, a revista Placar denunciou a “Máfia da Loteria Esportiva”, onde árbitros, clubes e jogadores contribuíam para que resultados fossem arranjados em troca de gordas quantias. Depois, em 2005, o Campeonato Brasileiro teve 11 jogos anulados quando veio à tona, por meio de reportagem da revista Veja, o esquema de corrupção, conhecido como Máfia do Apito, em que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho negociou com grupo de investidores a manipulação dos jogos apitados por ele.

Árbitro era parte do esquema
O crescimento do futebol e todo o mundo e os altos investimentos no esporte abrem brecha para este tipo de crime. E quem paga a conta? Claro que é o torcedor!

Afinal, ela paga ingresso, pacotes de TV, compra produtos oficiais e dedica sua atenção ao esporte esperando que, dentro de campo, haja um jogo limpo. Ledo engano!

É necessário que não só a Fifa, mas todas a entidades máximas do futebol encontrem meios de brecar esta prática. Por que o mundo já perdeu muitos sonhos, não pode perder mais!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Canto de campeão


Há um mês o Corinthians era campeão do mundo no estádio de Yokohama, no Japão.  Demorei este tempo todo para tentar colocar no papel (ou na tela do computador) a emoção de torcedora e as impressões enquanto jornalista.

Bom, da emoção é fácil falar. Começou quando fui ao aeroporto na despedida do time junto com outros 14.999 pessoas. Depois foi aumentado gradativamente conforme a proximidade do primeiro jogo. Na noite anterior à partida contra o Al-Ahly só consegui pregar os olhos à meia-noite e às 3h30 já não conseguia mais dormir. Tive um sonho em que o Corinthians ganhava por 2 x 0, gols de Sheik e Danilo. Fiquei confiante.

15 mil torcedores no aeroporto
Aí começou o jogo e foi aquele sufoco. Aquele 1 x 0 sofrido à la Corinthians me deixou com muito medo do que estava a caminho. Jogando daquele jeito seríamos presas fáceis do Chelsea. Só fiz esta confissão aos mais próximos, sem muito alarde, compartilhando com outros “loucos” o temor de um chocolate histórico que daria aos antis motivos de sobra para muitas gozações.

Nem preciso falar que depois de ver o Chelsea destruir o Monterrey tive certeza de que no próximo domingo as coisas seriam bem difíceis. Daqui do Brasil queríamos sentir que os jogadores acreditavam. Eu, no fundo do coração, achava que o Tite ia dar uma sacudida daqueles e jogaríamos bem como contra o Boca na final da Libertadores.

São Paulo parou na véspera. Na minha rua os fogos começaram às 23h do sábado e só pararam às 18h da segunda-feira.  É, acho que moro num bairro literalmente de “loucos”.
Tinha decidido que não veria o jogo sozinha. Ser a única corinthiana numa casa de santistas não é fácil. Reuni uma turma pé quente e fomos para um bar. E, tínhamos esperanças de, dali, partir para a festa na Paulista. E não é que estávamos certos?!

Festa da torcida na Av. Paulista
Não sei relatar todos os lances do jogo. A emoção fez com que partes da partida simplesmente sumissem da minha memória. Mas lembro de momentos decisivos e da aplicação tática da equipe. Não estávamos sofrendo com as subidas de Alessandro e Fábio Santos, Cássio num dia de paredão, Chicão e Paulo André disciplinadíssimo, Ralf e Paulinho estavam marcando bem, Danilo como maestro regendo o time em campo, Jorge Henrique magistral na marcação, Sheik azucrinando a zaga adversária e Guerrero querendo jogo. Roteiro perfeito para uma vitória, certo? Certíssimo!

Mas, passando por cima da emoção – e do coração – admito que embora não tenha o futebol mais empolgante do mundo, tal qual o Barcelona, o Corinthians é uma equipe que erra pouco, marca bem e devido ao entrosamento sabe jogar mesmo com as adversidades. E mais, tem um diferencial: Tite.

Torcedor de verdade enfrenta fila de 3h30 para ver as taças
Sim, o técnico do alvinegro é, ao lado dos jogadores, o grande responsável pelas últimas conquistas. Afinal, sabe motivar, cobrar, brigar, amaciar o elenco na hora e na dose certa e, ao contrário de outros, coloca o coração no que faz. E isso é um tremendo diferencial.
Trinta dias depois da conquista máxima do clube, a equipe do Parque São Jorge, agora reforçado, é o time a ser batido em 2013. A torcida, obviamente, quer um ano tão feliz quanto 2012.

Não será tarefa fácil, mas com pés nos chão e cabeça no lugar – e isso Tite sabe administrar – pode ser que 2013 seja, de novo, o ano do Timão. E por que não?!

#VaiCorinthians

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O gênio esquecido


Há 30 anos* o mundo ficou mais triste. Os gramados ficaram mais cinzas, as arquibancadas mais caladas e o futebol perdeu um pouco do jeito moleque e natural de ser com o adeus de Mané Garrincha.

Claro que estão pensando: como essa ‘pirralha’ de 33 anos pode lamentar a morte de alguém que nem viu atuar? É, muitos podem ter razão. No entanto, cresci apaixonada por dois gênios da bola que não vi atuar: Luizinho e o Mané.

Mané deixando mais um "João" para trás

Os dois jogaram no meu time de coração. Luizinho foi ídolo e conquistou títulos, enquanto Mané passou pelo Parque São Jorge no ocaso de sua carreira, deixando apenas a história do clube um pouco mais estrelada.

Como a maioria da minha geração, o que sei de Garrincha está nos livros e naqueles vídeos do Youtube que, vire e mexe, chamam minha atenção pela genialidade de alguém que jogava futebol por amor. E sim, Mané era assim.

Sempre tive um respeito enorme por ele, pois nunca escondeu que era um sujeito simples que encarava uma Copa do mundo como quem joga uma pelada em sua cidade natal. Mané não jogava por contrato, bicho ou fama, atuava porque gostava. E isso sim é a essência do futebol que aprendi a amar.

Dia desses li que o maracanã vai ganhar uma estátua em bronze do Pelé. Legal, o Rei merece ser saudado, mas fiquei pensando: quantos outros, entre eles Garrincha, não mereceriam uma homenagem como esta no nosso templo do futebol. Não sei por que só se lembram do Pelé?!

Tá certo. Pelé não morreu em decorrência do alcoolismo e esquecido pelos fãs. Está vivíssimo e sempre pinta ora aqui, ora acolá, em uma propaganda. Mas o Rei não foi tão exemplo assim: abandonou uma filha com câncer, tem um filho que foi preso por tráfico de drogas e, todo mundo sabe, é infiel às esposas até o último fio de cabelo. No entanto, sua imagem continua intocada e a Mané cabe apenas o rótulo da história que não se deve repetir.

Pois bem, na minha lista de maiores do mundo Mané figura em primeiro lugar – e há amigos que sempre contestaram isso – porque, na minha opinião ele foi o que podia ser a seu tempo, sem amarras, sendo verdadeiro. Digam: qual Copa do mundo Pelé ganhou sozinho? Nenhuma! Agora perguntem a qualquer um no mundo: 62 foi a Copa do Mané.

Eu poderia elencar mil razões para que Mané fosse reconhecido da maneira correta, mas todas elas seriam jogadas ao vento, pois infelizmente vivemos no país sem memória.
O fato é que neste espaço o gênio das pernas tortas sempre será lembrado como o poeta da bola. Afinal, como disse Elza Soares, em recente entrevista ao O Globo, ‘Vamos celebrar o Mané Garrincha’ a alegria do povo...desmemoriado.


Vale a pena rever...




* A morte de Mané completa 20 anos no próximo domingo (20/1/2013)


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O boleiro escritor


Desde que o futebol se popularizou no mundo levando a campo atletas de todas as classes sociais, especialmente aqueles dos níveis mais baixos, criou-se a máxima de que o jogador não tem cultura, não sabe falar e, muito menos escrever.

A mídia que sempre vendeu esta imagem muitas vezes quebra a cara quando percebe que, ao deixar os campos, muitos dos  ‘analfabetos’ letrados em bola conseguem ter sucesso como políticos, escritores ou comentaristas. Vide o exemplo de Romário como deputado, de Falcão como comentarista de TV e Tostão como cronista de jornal, só para citar alguns.

Zagueiro corintiano se destaca na literatura também

Entretanto, como tudo muda e ‘toda unanimidade é burra’, como diria Nelson Rodrigues nos surpreendemos quando boleiros mostram que são mais que peões da bola.

O zagueiro Paulo André, do Corinthians, é um bom exemplo disso. Culto, difere a imagem imposta pela imprensa, e conseguiu sucesso também fora das quatro linhas ao lançar no ano passado o livro “O jogo da minha vida”, uma obra que traz ao leitor e fã de futebol uma visão sobre a dura caminhada dos jovens rumos a um lugar ao sol no competitivo mundo da bola.

Além de bem escrito, o Paulo André escritor apresenta uma linguagem fácil e interessante, tornando a leitura prazerosa e esclarecedora, desmitificando a ideia do luxo que rodeia a vida dos grandes astros dos gramados. Não é fácil chegar a um grande clube. É preciso comer muita poeira e ralar muito para chegar até lá, driblando as adversidades e o desânimo, deixando pelo caminho alguns futuros Ronaldos, Pelés e Garrinchas.

Passado um ano, Paulo André surpreende novamente ao relatar em seu blog e na edição de janeiro da revista da ESPN, no texto "Cartas de Yokohama", os bastidores do Mundial de Clubes da Fifa com uma riqueza de detalhes que leva o torcedor de volta àqueles dias de tensão, alegria e felicidade.

Mesmo sem ser torcedor do Corinthians, campeão do mundo, não há como não se envolver no texto delicado e emocionante do boleiro que virou escritor.  Se Paulo André pensa no que fazer quando deixar os campos, pode ser que as letras o levem a uma nova aventura (junto com a pintura, sua outra paixão). Leia o texto "Cartas de Yokohama" aqui


P.S. A blogueira confessa que chorou ao ler o texto nas três vezes!


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Imagem de vidro



Em outubro de 2012, o mundo esportivo ficou chocado quando a União Ciclística Internacional (UCI) baniu o americano Lance Armstrong definitivamente do esporte após constatar que ele era um dos articuladores de um esquema de doping. Além de ser proibido de praticar o ciclismo profissionalmente, o atleta perdeu os sete títulos da Volta da França e ainda corre o risco de perder a medalha de bronze olímpica, conquistada nos Jogos de Sidney, em 200.

Antes deste escândalo, Armstrong tinha todos os requisitos para ser um eterno ídolo do esporte. Afinal, o supercampeão tinha mostrado parte de sua humanidade ao vencer um agressivo câncer, que lhe dava apenas 40% de sobrevivência.

Atleta tenta o perdão da opinião pública

Vencida a luta contra a doença, o ciclista voltou às pistas e conquistou os principais prêmios da categoria. Sua imagem inabalável foi emprestada para diversas marcas que queriam em suas ações publicitárias a imagem vencedora do campeão.

As suspeitas sobre doping começaram a pairar sobre o ciclista em 2005, mas a imagem do atleta que venceu o câncer e voltou ao esporte eram mais forte que as denúncias e Armstrong foi inocentado pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA).

Entretanto, em 2001 novas acusações, agora de colegas da equipe do ciclista levaram a nova investigação e, por fim, foi provado que Armstrong, o ídolo, era falível enquanto humano.
Não é preciso dizer que o atleta caiu em ruína! Perdeu patrocinadores, títulos e, algo maior que tudo, a confiança dos fãs.

Sem recorrer da condenação da WADA, Armstrong aceitou a punição se manteve em silêncio, como que consentindo que tudo aquilo que falavam sobre ele fosse a mais pura verdade.

Na próxima quinta-feira (17), o ciclista falará pela primeira vez no programa de Oprah Winfrey, apelando para o poder de comunicação e influência da apresentadora, uma vez que analistas garantem que ele vai admitir o uso de substâncias ilegais, buscando assim conseguir o perdão necessário para voltar a competir.

Isso até pode acontecer, embora seja muito difícil. Entretanto, fica a questão: tratar Armstrong como um herói não teria ajudado o homem a errar? Afinal, quando as primeiras suspeitas foram levantadas contra o atleta, a opinião pública o defendeu. Agora, o achincalha como vilão!

Nós, da mídia, precisamos de uma vez por todas nos responsabilizarmos pela parcela de culpa neste endeusamento constante de figuras humanas. Temos que reverenciar conquistas, feitos e a beleza do esporte, sem nos esquecermos de que, por trás dos ídolos há homens e mulheres falíveis. Afinal, se fôssemos todos perfeitos, não teríamos que fazer autocrítica, certo?


P.S. Para a blogueira, o ciclista é culpado pelo doping, fato! Mas tudo poderia ter vindo a público bem antes, não fosse parte da mídia.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quando a grife supera a dedicação



Quando torcemos para um time, geralmente, ficamos ‘contentes’ ao ver a crise nos arquirrivais. Entretanto, quem  gosta de futebol de verdade deve estar surpreso com o tamanho da crise que o Palmeiras enfrenta às vésperas do seu centenário.

Cores à parte, o Palestra é um dos maiores clubes do Brasil e ponto. Concorde você ou não, os outros grandes times só ganham amplitude quando têm outros gigantes com quem duelar. Assim, São Paulo, Santos, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Internacional, Botafogo, Cruzeiro etc., são o que são porque em algum momento de sua história enfrentaram a “Academia” ou o time da “Era Parmalat”.

Assunção chora ao se despedir do Palmeiras

Dito isso, nos debruçaremos sobre o caso Marcos Assunção. A bagunça é tamanha na Barra Funda que um dos últimos ídolos remanescentes do Palmeiras acabou sendo enxotado como se nada tivesse feito pelo clube.

Se ele atuasse mal, não jogasse com dor ou vivesse no Departamento Médico como o tal “El Mago”, até poderíamos ponderar e aceitar sua dispensa pelo clube. Entretanto, nos momentos mais difíceis dos últimos anos, Assunção foi um dos poucos a assumir a bronca e aceitar infiltrações para estar em campo e ajudar o time.

E, mesmo assim, o Palmeiras o dispensou como quem libera um funcionário que não serve para nada. E o pior: tentou jogar nas costas do atleta a pecha de mercenário, afirmando que ele teria pedido valores exorbitantes para renovar o contrato, quando na verdade o clube deve a ele.

No entanto, o que realmente espanta é o fato de o mesmo Palmeiras, que alega problemas financeiros e, por essa razão, não teria renovado com Assunção, oferece ao meia argentino Riquelme, que não joga há seis meses, um salário de R$ 420 mil, valor bem acima do que Assunção recebia.

Para um clube que não tem elenco formado para o início das competições em 2013, sofre com problemas financeiros e com o descrédito da torcida, que teme uma queda para a série C em pleno centenário, a grife vale mais que a dedicação?

Aparentemente sim. Valdívia que passou grande parte de 2012 no Departamento Médico segue no clube, Riquelme pode chegar para ganhar muito só pelo nome e, Marcos Assunção, que carregou o time nas costas foi descartado.

O caso hoje é com o Palmeiras, mas no Brasil é cada vez mais comum cenas como essas. Foi-se o tempo em que amor à camisa e dedicação eram os verdadeiros elos entre clube e jogador. Agora, é o marketing quem manda...vide o caso Adriano no Corinthians.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Só faltou o Olimpo para Oscar


O meu amor pelo esporte começou com o basquete. Herdei o amor às cestas de um avô distante, mas fã incondicional de Norminha e Maria Helena Cardoso. Eu, na época, era torcedora incondicional da Magic Paula, sempre mudando de time para torcer por ela, ainda mais quando os principais embates eram contra a equipe da rainha Hortência.

Bons tempos esses em que o basquete do interior e da capital tinham campeonatos fortíssimos, repletos das estrelas nacionais e com transmissão na TV. Talvez hoje, com o NBB isso possa reacender o amor ao esporte que já foi o segundo lugar no coração dos brasileiros, antes de o nosso vôlei começar a ganhar tudo e mais um pouco.

Oscar é recordista de pontos em Olimpíadas

Dos meus ídolos do basquete masculino estão Guerrinha, Pipoca, Marcel e, claro, Oscar Schmidt que, por três temporadas ganhou títulos com o imbatível time do Corinthians.

No entanto, mais que representar um clube, Oscar foi a cara do Brasil nas quadras. Talvez nenhum atleta conseguirá tal façanha. Não que seja impossível marcar mais pontos, jogar mais Olimpíadas, mas porque dificilmente outro atleta terá a garra e a raça do Mão Santa.
Em quadra, Oscar vestia a camisa, brigava, xingava, acertava e errava e, tal como os mortais, mostrava ser possível sim correr atrás dos sonhos. O dele, talvez fosse uma medalha olímpica que, por obra do destino, jamais veio para seu peito. Entretanto, o Mão Santa sempre foi o campeão do compromisso, da vontade e da luta diária dos brasileiros que ultrapassam muitos obstáculos para chegar ao seu destino.

E temos que reconhecer isso. Mas no País onde só o futebol nos interessa, esquecemos de reverenciar personagens de nossa história esportiva e temos que ver os EUA indicando Oscar para o Hall da Fama do Naismith Memorial Basketbal, celebrando sua carreira no basquete.

Os trâmites são complicados para chegar lá, mas a carreira de Oscar provará que ele merece lugar de destaque neste memorial e, assim, tal qual Ubiratan e Hortência, engrossará a fila de brasileiros que merecem tal honraria.

E você Brasil? Quando fará algo para homenagear Oscar, João do Pulo, Adhemar Ferreira da Silva, Maria Esther Bueno e tantos outros? Estamos esperando...


P.S. O Corinthians homenageou o cestinha em seu memorial




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A tábua de salvação


Desde 2002, quando conquistou o pentacampeonato no Mundial na Copa Japão-Coreia o futebol brasileiro nunca mais foi o mesmo. Pouco a pouco foi descendo no ranking da Fifa – se é que ele diz algo real sobre futebol – e perdendo o brilho de outrora.

Acontece que ficamos mal acostumados. Desde 1958 sempre fomos apontados mundo afora como o melhor time do mundo – com raras exceções  -, como celeiro de craques e donos de uma sabedoria fenomenal em questões de dribles.

Mas o futebol mudou e, com o tempo, as outras seleções aprenderam com nós mesmos  – através da globalização do futebol – a  jogar bonito, com inteligência e aproveitando a técnica individualizada de seus craques.

Conquista alvinegra ajudou Brasileirão em ranking

Além disso, o esporte tornou-se mais dinâmico, exigindo dos atletas preparo físico o que, muitas vezes, acaba sobressaindo à técnica e à genialidade. E foi aí que, por muito tempo, o Brasil se perdeu. Afinal, será que sabemos jogar por resultado, sem dar espetáculo?

Na Copa de 1994, sob o comando de Parreira, fizemos a lição de casa e ganhamos o título com apenas lampejos do nosso futebol através de Romário e Bebeto. Já em 2002, Felipão tinha em mãos um time mais técnico e com duas estrelas no auge: Ronaldo e Rivaldo, sem contar Ronaldinho Gaúcho que fez uma boa Copa.

Depois só tivemos desastres com o quadrado mágico em 2006 e com um time bem abaixo da média em 2010 que, pasmem, tinha no elenco jogadores de pouca categoria como Grafite.

Entretanto, se na Seleção passamos por uma crise, nos clubes temos a tábua de salvação do futebol brasileiro. As recentes conquistas de Santos, Corinthians e São Paulo no futebol sul-americano e mundial, no caso do alvinegro do Parque São Jorge, começam dar uma pontinha de esperança ao torcedor brasileiro.

Temos craques sim! Neymar, Lucas e Paulinho hoje são unânimes. E, se Felipão souber usar o poder das individualidades desses craques, somada à categoria de bons jogadores como Marcelo, David Luís, Thiago Silva, Daniel Alves, Ramires, Oscar e tantos outros, podemos fazer bonito na Copa disputada em casa.

Enquanto isso não se concretiza, cabe aos clubes nacionais o papel de representar o Brasil mundo afora mostrando que sim, ainda temos um bom futebol e podemos voltar ao topo do mundo.

Isso já se reflete em números – controversos ou não. Afinal, a recente conquista do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa pelo Corinthians elevou o Brasileirão, de acordo com ranking Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), como o segundo campeonato nacional mais forte do mundo, ficando atrás apenas do campeonato espanhol.

Se isso mostra que estamos no caminho certo só o tempo dirá. No entanto, não há dúvidas de que, como no passado do Santos, de Pelé; no Botafogo, de Garrincha e no Cruzeiro, de Tostão, serão os clubes os responsáveis a levar o futebol brasileiro de volta ao seu lugar como protagonista no mundo da bola. É só não perder o foco.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Dai a Messi o que é de Messi!


Na tarde desta segunda-feira (7/1), conheceremos melhor jogador do mundo em 2012 segundo eleição da Fifa.

Não é preciso dizer que dos três indicados – Messi, Cristiano Ronaldo e Iniesta – o argentino dispara como principal candidato a levar pela quarta vez a Bola de Ouro, garantindo ao atacante do Barcelona e da Seleção argentina mais um recorde. Afinal, o brasileiro Ronaldo Nazário, até ano passado, era o maior vencedor da eleição da Fifa com três troféus.

Messi comemorando um dos 91 gols do ano

Há quem conteste a ‘idolatria’ da mídia em relação ao argentino. No entanto, os números mostram que Messi é disparado o melhor jogador do mundo há anos.  Não há como brigar com isso.

Embora a temporada passada tenha sido escassa em termos de títulos, Messi seguiu fazendo seu papel. Se hoje o Barcelona não é mais ‘invencível’, seu principal atacante continua sendo genial. Sem alardes na mídia, o ‘Pulga’ mantém a vida pessoal fora dos holofotes, renovou o contrato com o time catalão até 2016, recebeu um gordo aumento de salário (10,5 milhões de euros por ano) e retribuiu ao clube o que mais sabe fazer: gols.

Somente em 2012, o jogador foi às redes 91 vezes, batendo o recorde de Gerd Müller, que perdurava 40 anos. Além disso, não se machuca, joga praticamente por toda temporada e não reclama de nada, só chora quando perde.

E tem mais. Quando duvidaram de sua capacidade de brilhar pela seleção argentina, ele se tornou o principal nome da equipe rumo à classificação para a Copa de 2014 apresentando em campo a mesma maestria com que conduz o Barça no Camp Nou.

Tem como duvidar de sua genialidade? Messi nasceu para o futebol como Einstein nasceu para a ciência. Dissociá-lo da bola e dos gramados seria heresia.

Triste é a condição de grandes jogadores como Iniesta e Cristiano Ronaldo que, por fazerem parte da mesma geração do argentino, sempre ficarão à sombra de sua genialidade. Mas não foi assim com Pelé? Porque contestar que, agora, o reino da bola tenha um dono com sotaque castelhano?

Amigos, dêem a Messi o que é de Messi: o reino da bola. E se curvem, há um novo rei a caminho.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Até quando?


Chegamos ao século XXI e, infelizmente, lutas de séculos ou décadas atrás permanecem vivas em nosso cotidiano.

Assustei novamente ontem quando li a notícia de que o Milan saiu de campo durante amistoso com o Pro Patria, equipe da terceira divisão italiana, após a torcida do pequeno clube fazer cânticos racistas contra os jogadores negros do rossonero.

A atitude do Milan em sair de campo frente ao preconceito descarado destes torcedores foi um ato corajoso e mostra que nem todo italiano é fascista, mas mostra o quanto o País ainda está impregnado com os ideais de um regime derrotado na II Guerra Mundial e que levou à morte de dezenas de negros, judeus, homossexuais, ciganos e tantas outras raças e etnias durante os anos do governo Mussolini.

Boateng se revoltou e deixou o campo após cantos racistas

O futebol, um dos esportes mais globalizados do mundo, é o que mais sofre com atitudes racistas como estas. Recentemente, em outubro de 2012,  a Lazio, também da Itália, foi punida pela UEFA após a torcida entoar cantos racistas contra jogadores do Tottenham, durante partida da Liga Europa. O clube teve que desembolsar 40 mil euros devido ao ataque preconceituoso.

Também em dezembro de 2012, o brasileiro Hulk, contratado pelo Zenit, da Rússia, sofreu preconceito de uma torcida organizada do próprio clube, que é contrária à contratação de jogadores negros e homossexuais.

E os casos não param por aí. Perguntem ao Roberto Carlos, Betão e tantos outros atletas que atuam no exterior como o racismo está impregnado no futebol. E penso: o que é feito contra isso?
Punições como a da UEFA no caso da Lazio podem servir de exemplo, mas quem paga é o clube e não o torcedor racista. E aí, será que o cenário muda?

O que ajudaria a mudar este quadro seria um trabalho sócio-educativo entre os torcedores propagado pelos clubes. Ou será que, nos tempos de hoje,  Pelé, com todo seu futebol e genialidade, seria insultado por pessoas como essas? Fica a pergunta e o alerta!

Não ao racismo dentro e fora dos campos, certo?!