segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Adhemar Ferreira da Silva e o salto que desafiou o mundo


Adhemar Ferreira da Silva é um daqueles atletas que deveríamos reverenciar diariamente por tudo o que fez pelo esporte brasileiro. E, infelizmente, poucos sabem quem foi esse grande homem.
Então, para não deixar sua memória passar em branco por aqui, vou contar um pouquinho sobre sua vida.
Adhemar Ferreira da Silva nasceu em São Paulo em 29 de setembro de 1927. Como muitos atletas brasileiros iniciou a carreira no salto triplo quase que por acaso quando aos 18 anos, depois de receber algumas explicações, fez um salto de 12,90 m.
Evidentemente, a marca impressionou a todos. Foi assim que o técnico Dietrich Gerner, do São Paulo, o convidou para defender o clube, iniciando uma parceria que se manteve até o final de sua carreira.
Aplicado, Adhemar seguia um detalhado plano de exercícios. Esse empenho mostrou-se eficaz, já que, em 1948, com um salto de 15,03 m, qualificou-se para os Jogos Olímpicos de Londres. Mas, foi na década de 1950 que começou mostrar ao mundo seu talento. Afinal, foi tricampeão pan-americano  em Buenos Aires 1951, Cidade do México 1955 e Chicago 1959, tornando-se o primeiro atleta brasileiro a conquistar tal proeza. E pasmem: feito esse que demorou 40 anos para ser igualado!
Durante toda sua carreira só competiu por dois clubes: São Paulo e Vasco. E a mudança de clube, depois de uma década defendendo o clube paulista, só aconteceu porque Adhemar, brilhante também fora das pistas, foi convidado por Samuel Wainer para ser colunista do jornal Útima Hora.
Algo difícil de se imaginar para um atleta comum? Não para Adhemar! Afinal, difer E, em 30 de setembro de 1951, bateu o recorde mundial saltando 16,01 m! Muito pouco para o que ainda faria durante sua carreira.
Nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinque, Adhemar teve a façanha quebrar seu próprio recorde mundial  quatro vezes no mesmo dia! E como não podia deixar de ser, conquistou o primeiro ouro do atletismo brasileiro em Jogos Olímpicos.
Foi no Pan Americano de 1955 que o atleta fez a melhor marca de sua carreira: 16,56 m. Desafiado pelo atleta venezuelano Arnold Devonish que prometia vencê-lo, Adhemar o procurou e disse que o ouro seria seu. Até seu penúltimo salto Adhemar tinha saltado 16,15 m. No último salto Devonish marcou 16,13 m, mas para nossa sorte, Adhemar entendeu errado o anúncio e pensou que estavam empatados. E, superando a si próprio, concentrou-se e no último salto conseguiu 16,56 m, inaugurando o novo recorde mundial que foi batido muitos anos depois!
No ano seguinte, chegou aos Jogos Olímpicos de Melbourne, na Austrália, como favorito. E, como tal, saltou 16,35 m, marcou o novo recorde olímpico e trouxe para casa mais um ouro!
Adhemar continuou brilhando e, só em 1960, nas Olimpíadas de Roma despediu-se das pistas. Em janeiro de 2001, Adhemar deu seu último e derradeiro salto até o Olimpo, despedindo-se de uma vida vitoriosa e deixando um legado a ser seguido.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

# PITACOS DA RODADA


# O Timão aplicou mais uma goleada no sábado e ficou pertinho da liderança que está nas mãos do Mirassol.  O Grêmio Prudente foi atropelado por um time com vontade de vencer. E 4 x 0 foi pouco, se contarmos que Liédson despedirçou duas chances claras de gol. Com um gol de pênalti de Fábio Santos e golaços de Dentinho e Liédson – que marcou 2 e se mantém como artilheiro da equipe neste ano ­– a equipe alvinegra fez a lição de casa e caminha bem no Paulistão. Será que vem título por aí?

# O Santos fez feio no sábado ao empatar em 1 x 1 com o São Bernardo. O time de Adílson Batista está devendo. E com as fracas atuações da equipe tanto no Paulista quanto na Libertadores, estava na cara que o pescoço do técnico estava na guilhotina. E hoje, no início da noite, foi demitido! E agora? Como fica o Santos?

# O clássico entre São Paulo e Palmeiras acabou em 1 x 1, mas até o apito final, muita, mas muita água mesmo rolou. O árbitro errou em deixar rolar o jogo com o Morumbi castigado pela chuva forte que alagou a capital paulistana. Havia o risco de lesões sérias, que poderiam deixar atletas longe dos campos por muito tempo. Mas, como a bola rolou, o que posso dizer é que o Tricolor jogou melhor e merecia a vitória, mas como placar de futebol nem sempre reflete o que houve em campo...deu empate!

# Flamengo ganhou apenas de um 1 a 0 do Boavista e garantiu o título da Taça Guanabara. Com um belo gol de falta de Ronaldinho Gaúcho, o rubro-negro marca sua presença na final do Campeonato Carioca. No entanto, o time de Gaúcho ainda não enche meus os olhos. Não sei se a equipe do Fla vem com tudo para a Copa do Brasil ou Brasileirão. Acho que ainda vamos ter que esperar para ver se a contratação milionária de Ronaldinho valeu mesmo a pena.

# E o racha do Clube dos 13? Me cheira a um golpe muito bem orquestrato por Ricardo Teixeira e Globo. Sabe quem perde com isso? A torcida e o futebol!

# PETISCO DE JOGO: Torresminho

Que tal assistir o clássico São Paulo e Palmeiras degustando um típico petisco brasileiro? Então, pegue um bloquinho e anote mais uma receita gostosa e fácil de fazer.

Torresminho

Ingredientes:
• 1 kg de toucinho (não é bacon, ok?!)
• 1 colher (sopa) de álcool
• 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
• sal a gosto


Modo de preparo:
Lave o toucinho seque com toalha de papel, corte em cubos e tempere com sal, 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio e 1 colher (sopa) de álcool. Reserve.
Numa panela, cozinhe o toucinho em água fervente (160 ml), mexendo de vez em quando, por 20 minutos, ou até a água secar e o toucinho amarelar.
Transfira o toucinho para uma paneira e deixe escorrer bem. No momento de usá-lo, aqueça o óleo numa panela e frite o toucinho, mexendo de vez em quando, por 35 minutos, ou até ficar pururuca (crocante). Retire com uma escumadeira, deixe escorrer sobre uma peneira para eliminar o excesso de gordura.

# HISTÓRIAS DO ESPORTE: O lado sujo da história do São Paulo Futebol Clube

Arquibancadas do Palestra Itália, 1933.


É incontestável que o São Paulo foi o maior clube brasileiro nos últimos tempos, conquistando o mundo com 3 títulos mundiais. Mas, fora de campo, é daqueles clubes que envergonham a história do nosso futebol.

Para quem conhece um pouco a história do país, sabe que nos anos 1940, o presidente Getúlio Vargas era simpático aos governos autoritários de Itália e Alemanha. Mas, com o início da 2ª Guerra Mundial, teve que mudar de lado e passou a apoiar os Aliados  e, com isso, cidadãos italianos, alemães e japoneses passaram a ser perseguidos no país.

O Palestra Itália, time montado pelos imigrantes italianos, passou a sofrer retaliações.  Isso porque, em 1942, o Conselho Nacional de Desportos (CND) baixou uma norma onde possibilitava o confisco de bens de associações esportivas ligadas aos países inimigos.

Diante da decisão do CND, dirigentes do São Paulo fizeram de tudo nos bastidores para tomar o patrimônio do Palestra, ou seja, o estádio etc.

Tamanha foi a audácia do Tricolor em ‘roubar’ o Verdão que, armaram uma invasão de torcedores e dirigentes na casa do Palestra. Mas, como os palestrinos ficaram sabendo da armação, fizeram vigília na sede do clube e os tricolores desistiram da ideia.

O fato é que não foi a única investida do time do Morumbi em passar a mão no estádio dos outros. A outra vítima foi a Portuguesa. Mas essa, é outra história.

O que poucos sabem é que o Morumbi foi construído com o dinheiro e a ajuda de Laudo Natel, então governador de São Paulo e, conhecido por ser um político envolvido em escândalos de desvios financeiros. Ou seja, o Morumbi foi erguido com dinheiro público e não do clube. Mas isso, também é outra história.

Para continuar existindo, o Palestra mudou de nome, passando a se chamar Palmeiras.  E mesmo com toda a sujeira armada pelo Tricolor, resistiu bravamente à intolerância e ao ‘assalto’ de seu maior inimigo.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

João Derly e o sonho da medalha em 2012




A história do judô brasileiro nos tatames do mundo começou a ser escrita há muitos anos.  Certamente, a geração mais nova não se lembra – ou nem conhece – Chiaki Ishii, mas certamente já ouviu falar de sua filha, a judoca Vânia Ishii.
Pois bem, Chiaki foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha para nosso judô em Jogos Olímpicos.

Nascido no Japão, veio com a família para o Brasil e se naturalizou brasileiro. Participou das Olimpíadas de Munique, em 1972, e trouxe de lá nossa primeira medalha no esporte. Depois dele, muitos outros brilharam nos tatames: Aurélio Miguel, Rogério Sampaio, entre outros.

Agora, uma das esperanças de medalha na modalidade é o judoca João Derly. Bi-campeão mundial, está há mais de um ano recuperando-se de duas cirurgias no joelho. E tem como missão driblar a ansiedade para retomar seu posto de campeão e conseguir uma vaga na Olimpíada de Londres, em 2012.

Motivado, o atleta garante que vai com tudo para buscar a única medalha que ainda não tem no peito: o ouro olímpico.

A seletiva para os Jogos Olímpicos acontece dia 25 de março, na Bahia. Embora ainda não esteja em sua melhor forma, Derly ainda tem a chance de buscar a vaga olímpica somando pontos nas competições internacionais e uma colocação no ranking mundial, uma vez que, os 22 melhores colocados de diferentes países conseguem uma vaga para Londres.

O maior desafio do atleta é perder o medo do joelho recém-recuperado. Mas, para um campeão determinado como Derly, isso será logo superado. Resta aos brasileiros ficar na torcida! Afinal, Derly já é um vencedor! Mas se trouxer um ouro de Londres, melhor ainda!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Polêmica Taça das Bolinhas: o que está por trás disso?



Quem foi o primeiro pentacampeão Brasileiro e quem é o dono da Taça das Bolinhas? Bom, semana passada, depois de uma briga na Justiça, o São Paulo foi decretado dono da tal taça! Mas aí, numa manobra bem ao estilo ditatorial do presidente da CBF, ontem Flamengo foi reconhecido como campeão da Copa União e, consequentemente, vencedor do título nacional de 1987.

Como essa ‘novidade’, o Flamengo passa a ser o primeiro pentacampeão brasileiro, sendo então, dono da famigerada Taça das Bolinhas.

Se a briga pela taça fosse apenas isso, talvez a solução seria forjar outra taça igual e premiar os dois clubes, uma vez que torcedor nenhum aguenta mais ouvir essa lenga-lenga de quem é o ‘dono da bola’... Ops... Digo, dono da taça!

Na verdade, toda essa confusão gerada pela CBF, São Paulo e Flamengo empurra para trás das cortinas um racha que se configura no Clube dos 13. É óbvio que o interesse vai além de quem é o dono da taça. E o papel da CBF em pular de galho em galho nessa questão, conforme seu nível de interesse (seja ele econômico ou de prestígio) não só prejudica o futebol brasileiro, como ameaça a união dos clubes por direitos comuns. E quem ganha com isso?

Momentaneamente a entidade e os clubes dissidentes, entre eles Flamengo e Corinthians, têm a ganhar economicamente com a disputa, visto que também está em jogo nessa confusão a renovação dos direitos de transmissão do campeonato nacional. E depois disso, ficamos como?

Se houver mesmo o rompimento desses clubes com o Clube dos 13, formando o chamado Clube dos 7, veremos o maior esporte nacional se transformar apenas num jogo financeiro, deixando de lado o que realmente importa em tudo isso: o futebol e torcedor, os possíveis maiores prejudicados nessa baderna sem fim!

Desavenças à parte, os dirigentes dos times que formam o Clube dos 13 deveriam enxergar quão manipulados estão sendo por Ricardo Teixeira, que só se beneficia com o racha. E no final das contas todo mundo vai esquecer a tal Taça das Bolinhas quando vier à tona a verdade sobre essas disputas políticas, que nada têm a ver com bola rolando, mas sim com poder...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

# PITACOS DA RODADA





# Mesmo depois do baque das saídas de Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno e Jucilei, o Timão mostrou que está no caminho certo da reestruturação. Venceu o clássico jogando bem, com raça e muito coração, batendo o Santos que, a meu ver, tem o melhor time até o momento. Mas ainda falta muito para voltar a ser aquela equipe vencedora de 2009... Mas hoje, além do golaço do Liédson (ou Liédshow), temos que destacar a atuação de Fábio Santos que jogou muito e marcou um belíssimop gol de falta e ainda mandou pra dentro da rede a cobrança de pênalti.

# Neymar mostrou que está cansado e precisa de uma folguinha para ajudar o Santos na Libertadores. Erro do técnico em escalá-lo para o clássico? Veremos na próxima rodada da Liberta!

# O goleiro Felipe roubou a cena no clássico Flamengo e Botafogo válido pela seminifinal da Taça Guanabara pegando duas cobranças de pênalti. Incontestavemente Felipe é ótimo jogador, mas é daqueles que inspiram a desconfiaça da torcida, já que não é capaz de jogar por amor a uma camisa...

# Lucas levou o São Paulo a uma goleada sábado contra o Bragantino. Parece que o garoto veio com tudo para ajudar o Tricolor a retomar o bom futebol. Pena que Rogério Ceni perdeu a cobrança de pênalti. Ainda faltam dois gols para o centésimo! Continuamos na torcida!

# E o Palmeiras só ficou no 0 a 0 com o Mogi Mirim. O empate garantiu a liderança do Paulistão com apenas um ponto à frente do Timão, que segue em segundo lugar. Será que a volta do Mago ajuda o Verdão? Veremos!

# PETISCO DE JOGO:. Isca de Peixe com Molho Tártaro

Para assistir o clássico Santos e Corinthians, nada melhor que acompanhado de um bom pestisco. Aí vai uma receita gostosa e fácil de fazer para a hora em que a redondinha começar a rolar em campo.

Isca de Peixe com Molho Tártaro

Ingredientes:
• 1 xícara (chá) de maionese
• 1/2 xÌcara (chá) de picles picado
• 1 colher (sopa) de mostarda
• 1 colher (sopa) de molho inglês
• Sal e pimenta do reino (a gosto)
• 8 filés de merluza em tiras
• 3 ovos
• Farinha de rosca para empanar
• Óleo para fritar

Preparo:
Misture a maionese com os picles picados, a mostarda e o molho inglês. Tempere com sal, pimenta e reserve na geladeira.
Tempere o peixe com sal e pimenta. Passe-o nos ovos ligeiramente batidos e na farinha de rosca. Em uma frigideira, frite os peixes em óleo quente até dourar. Escorrra em papel toalha e sirva com o molho reservado.

Bom jogo moçada!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

#HISTÓRIAS DO ESPORTE: Gaviões da Fiel e Anistia




Há exatos 32 anos a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, foi protagonista de um momento inesquecível na luta pró anistia.

Num jogo Corinthians versus Santos, no estádio do Morumbi, uma faixa com a frase  ‘Anistia Ampla, Geral e Irrestrita’ é desfraldada no meio da torcida corinthiana e marca, definitivamente, a participação do povo a favor da volta dos perseguidos políticos.
O jornalista Antônio Carlos Fon, um dos idealizadores e autores da ‘pegadinha’ que deixou a repressão enfurecida, conta como tudo aconteceu:

Em 1978, 1979, nós parentes e amigos de perseguidos políticos, tínhamos fundado o Comitê Brasileiro pela Anistia. Mas, a palavra de ordem anistia estava muito restrito aos intelectuais, setores mais politizados e aos familiares e discutíamos muito como levar isso para o povo.
Um dia eu estava conversando com o Chico Malfitani que trabalhava comigo na Veja, e disse para ele: ‘O que precisamos mesmo é levar a palavra de anistia para a torcida do Corinthians, para o povo’.
O Chico era um dos fundadores da Gaviões e disse: ‘Vamos fazer’. Combinamos fazer isso num jogo Corinthians e Santos, vencido pelo Corinthians por 2 a 0. No dia, o Chico teve um problema familiar e chegou um pouco mais tarde, mas nós entramos, conversamos com o pessoal com quem ele tinha acertado e avisamos somente uma pessoa na imprensa: Osmar Santos, que era um locutor esportivo mais conhecido e de esquerda, ligado às lutas democráticas.
E o Osmar Santos, anunciou: ‘A Gaviões vai fazer uma surpresa quando o time entrar em campo’. E isso levou todas as outras rádios, emissoras de TV e jornais a ficar esperando.
Na hora em que o time entrou, muitos fogos, aquela fumaça... E abrimos a faixa. Na hora que a fumaça baixou estava lá: Anistia Ampla, Geral e Irrestrita.
Quase todo mundo fotografou e isso foi para o Brasil inteiro. E realmente conseguimos o objetivo; só que a PM tentou subir para nos prender.
E eu gosto de pensar que foi uma adesão ideológica, mas que pode ter sido apenas uma atividade lúdica, mas a torcida saiu na porrada com a PM e não deixou os policiais subirem e nós ficamos lá, tranquilos.
Só que o outro companheiro que tinha levado a faixa, Carlos MacDowell, era santista e ele disse: ‘Fon, não vou ficar assistindo o jogo aqui na torcida do Corinthians. Vou assistir da torcida do Santos’.
Ele desceu e a PM o prendeu. Ele ficou preso pouco tempo, porque já tínhamos um esquema com o advogado Luís Eduardo Greenhalg, que o liberou no DOPS.
O engraçado, é que tive qua fazer uma matéria para a Veja e ir ao DOPS para entrevistar o Edsel Magnotti, delegado titular que era quem prendia e torturava a gente. E aí ele demorou um pouco para me receber. Quando entrei, atrás da mesa dele estava uma ampliação enorme da faixa e eu lá, segurando ela. Era aquela coisa, como se ele tivesse dizendo: ‘Olha aí seu filho da mãe, eu sei que foi você’.

P.S. Hoje, no Memorial da Resistência, o jornalista Juca Kfouri deu uma palestra sobre essa e outras histórias que mostram a relação da política com o futebol. Uma lição de história!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Esporte e política, tudo a ver!




Ultimamente, tenho ouvido muito a frase ‘das coisas menos importantes, o futebol é a mais importante’. Não sei quem é o autor da frase, mas de certa forma discordo desta afirmação, não só com relação ao futebol, mas sobre o esporte em sim.

Para muitos, futebol e religião são o ópio do povo e servem somente para amenizar coisas sérias. Essa história não é bem assim. Esporte e política estão bem mais ligados do muita gente imagina.

Vou citar apenas quatro de casos que demonstram o quanto isso é verdade. E aí, você que está do outro lado da tela, pode tirar suas próprias conclusões.

A maioria – e eu também – não havia nascido em 1968, mas é fato que todos sabemos que o chamado ‘ano que não terminou’ foi repleto de atos políticos em todo o mundo. No Brasil, vivíamos o auge da ditadura militar e da perseguição aos militantes políticos opositores ao regime.

Lá no México, em meio aos Jogos Olímpicos, dois atletas negros norte-americanos foram protagonistas de uma das cenas mais marcantes de uma Olimpíada. Ao subirem ao pódio para receber as medalhas de ouro e bronze nos 200 metros livres, Tommie Smith e John Carlos, com luvas pretas, ergueram os punhos tal como a saudação dos Panteras Negras ( movimento fundado com a finalidade de patrulhar guetos negros, protegendo seus residentes dos atos de brutalidade da polícia). É possível dizer que um fato como este pode afirmar que política e esporte não têm relação?

E você, o que diria se soubesse que uma excursão do Santos de Pelé foi capaz de parar por alguns dias uma guerra civil no Congo Belga, em 1969? Pois é, o time de astros da Vila Belmiro, principalmente por causa de Pelé, foi responsável pelo cessar fogo durante a estadia dos brasileiros em solo africano.  É verdade que isso não mudou em nada o destino nas coisas no país, mas demonstra o poder do esporte em mobilizar as pessoas a ponto de parar uma guerra!

E se política e futebol não têm nada a ver, então por que o técnico João Saldanha, responsável por montar o timaço que garantiu o tri da Seleção Brasileira foi obrigado a deixar o cargo por ser apontado pelo presidente e ditador Emílio G. Médici como ‘notório comunista’? Ora, se bandeiras políticas não estão ligadas ao planeta bola, o que explicar isso?

E, por fim, como não saudar a experiência da Democracia Corinthiana que, no início da década de 1980, mostrou como uma gestão ‘democrática’ é capaz de levar um time a vencer e, de quebra, soltar o verbo contra a ditadura militar tendo seus principais líderes: Sócrates, Wladimir e cia. no palanque, ao lado do povo pedindo por Eleições Diretas?

Meus caros, se esporte e política não caminham lado a lado, como explicar fatos como esses? Tolos são aqueles que acreditam que o esporte não pode mobilizar grupos ou nações em outros aspectos!


P.S.1 . O que dizer do segundo gol de Liédson ontem contra o Mogi Mirim? Pareceu-me um outro lance, lá nos longíquos 1993, quando um menino vindo lá de Bento Ribeiro, vestiu o mando cruzeirense para começar a encantar o mundo...Sem comparar Ronaldo - um gênio - como Liédson, certamente muitos recordaram daquela cena diante da semelhança e inocência do goleiro.

P.S.2. Lindo o artigo ‘Não para, não para, não para’, de Mauro Beting hoje na página 36 do Lance! Uma homenagem merecida e tocante ao Fenômeno! Recomendo a leitura!